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Saúde Mental e Sentido de Vida

Saúde Mental e Sentido de Vida

                                                                                          

                                             

                                                Saúde mental e Sentido de vida

         “Todos nós temos direito à vida, mas poucos, muito poucos mesmo se permitem existir. Existir é dar um significado ou sentido àquilo que biologicamente tem um prazo de validade: a vida” ( Suely Pavan)

 

     Viktor Emil Frankl, filósofo humanista-existencial, psiquiatra e neurologista austríaco, define sentido de vida como “um para quê viver”, o motivo e a razão, o que impulsiona o ser humano continuar lutando pela a vida. O motivo que nos orienta e nos guia.

     Para Frankl, o prazer ou o poder em si não seria a meta principal do homem, mas a conseqüência da realização de suas aspirações. O ser humano seria "um ente empenhado na busca de sentido". e mediante isso poderia atingir a felicidade e a plenitude. Ter propósito de vida significa ter metas a serem alcançadas e senso de direção (para onde quero ir, onde quero chegar, o que espero da vida).

     Após a segunda Guerra Mundial, o foco de interesse dos estudos psicológicos orientou-se mais para as disfunções e as doenças do que para os fatores saudáveis e positivos.

     Na década de 70, a 2.ª Revolução da Saúde mental, teve como princípios defender o retorno a uma perspectiva ecológica na saúde mudando o enfoque das questões da doença para as questões da saúde, o constructo de sentido de vida mereceu, então, renovada atenção com crescente enfoque nos traços positivos e nas forças psicológicas.

     Encontrar sentido de vida estaria relacionado a um equilíbrio entre perdas e ganhos, dar significado às atitudes e aos eventos cotidianos e a ter um propósito na vida.

     Viktor Frankl chegou a três categorias de valores, que podem nos ajudar a encontrar sentidos para a vida: os valores criativos, vivenciais e de atitude: os Criativos ligados ao trabalho, as atividades, a produção de algo que nos possibilita sentirmos úteis, atividade que nos traga prazer e satisfação a nós próprios e, aos que nos são caros. Pessoas fora do mercado de trabalho e que se sentem inúteis, perdem o sentido da vida. Idosos que não se prepararam para a aposentadoria sentem-se improdutivos e solitários, não vêem gosto e sentido para a vida. Vivenciais: os valores vivenciais seriam nossas experiências de vida, nossos momentos de plena satisfação, o universitário que chega à formatura, o chefe de família que compra a casa tão sonhada, o artista que termina sua obra de arte, o camponês que colhe sua plantação, ou seja, aquele momento em que podemos dizer a nós mesmos: “que bom que estou vivo para presenciar esse momento!”. Atitudinais: os valores de atitudes são as posturas que temos perante a vida: ativa ou passiva. Frente a um diagnóstico de doença, por exemplo, podemos ter uma atitude passiva e desistirmos da vida, achar que ela realmente chegou ao fim, e que não há mais nada a ser feito, ou seja, a “aceitação” da morte por antecedência.

     Pessoas que buscam sentido na vida a despeito dos obstáculos e dificuldades, têm motivação para continuar vivendo. Por outro lado, pessoas que enfrentam de forma satisfatória as adversidades da vida, respondem e reagem com mais eficácia aos problemas do dia-a-dia, encontrando sentido para as situações cotidianas. Em resumo, o senso de sentido de vida capacita a pessoa a manter sua saúde mental e sua integridade.

     Vários fatores influenciam a percepção de sentido na vida: os internos, ligados ao desenvolvimento: personalidade, estratégias de enfrentamento, religiosidade, espiritualidade, sentimento de pertencimento, história de vida; e os externos, que pertencem ao meio e corroboram o significado que as pessoas dão à vida, relacionam-se a oportunidades sociais, trabalho, renda, lazer, suprimento das necessidades básicas de sobrevivência e segurança.

     Halama (2000) buscou relações entre sentido de vida, estratégias de enfrentamento e sentimento de frustração. Os resultados indicaram que a falta de sentido pode diminuir a habilidade de enfrentamento e, conseqüentemente, aumentar a frustração e a agressividade.

     Segundo Spielberg, vivemos numa época de crescente descrença nos valores e, portanto, de apatia e de impressão de que a vida carece de sentido. Vai se espalhando um ceticismo quanto à existência e, por conseguinte, a humanidade entra numa fase caracterizada pelo declínio dos valores. A única teoria de valores que subsiste é o utilitarismo. A decadência dos valores faz o mundo e a atividade dos homens parecerem insensatos e estéreis.

     Acevedo (2000) afirma que, independentemente das diferentes definições, os teóricos são unânimes em assumir o sentido de vida como crucial para o desenvolvimento humano, realçando o seu efeito terapêutico.

                                                               Profa. Dra. Edna Paciência Vietta

                                                 Psicóloga Cognitivo-comportamental Ribeirão Preto