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Na culpa, somos nosso maior algoz

Na culpa, somos nosso maior algoz

                                   

“A principal e mais grave punição para quem cometeu uma culpa está em sentir-se culpado”. (Sêneca)

    Nunca será demais falarmos sobre este sentimento. Ele é um dos maiores problemas do ser humano quando em excesso ou em deficiência e, causa de muitos sintomas e patologias. No primeiro caso ela nunca vem só, e nos leva a grandes sofrimentos, ao arrependimento e a autopunição, no segundo, torna-se um perigo, pois faz os outros sofrerem, é o caso do sociopata ou psicopata, pela ausência de remorso, por perversão, frieza e indiferença.

    Embora haja diferenças entre essas duas patologias os traços comuns são: o desprezo pelas obrigações sociais, a falta de consideração para com os sentimentos dos outros, egocentrismo exagerado, emoções superficiais, teatrais e falsas, pouco ou nenhum controle da impulsividade, baixa tolerância a frustração, irresponsabilidade, ausência de sentimentos de remorso e de culpa. Essas pessoas mentem, roubam, abusam, trapaceiam, manipulam dolosamente seus familiares e parentes e colocam em risco a vida de outras pessoas.

    É certo, que a pessoa que experimenta culpa freqüente, também, pode estar fora da realidade, podendo revelar uma consciência hipersensível, culminando no desenvolvimento de uma condição neurótica, tendo como resultado um sentimento de culpa por tudo o que faz, diz, ou pensa.

    A questão é, até quanto o sentimento de culpa pode ser saudável e quando pode tornar-se prejudicial à saúde física e mental do ser humano. A culpa pode ser provocada por uma conduta negligente ou imprudente, com ou sem propósito de lesar, mas com algum dano real ou imaginário. Pode ser provocada por atitudes conscientes ou inconscientes. Pode, também, ser induzida por um ato intencional, nesse caso, é responsável por grande sofrimento psicológico e/ou físico (produzindo sintomas ou doenças psicossomáticas), um tipo de tortura que a própria pessoa se impõe, por ter cometido erro, falha, injustiça, maldade, etc.

   São inúmeros os sentimentos e situações que podem provocar esse mal estar, entre eles podemos citar: raiva, ódio, ciúmes, inveja, egoísmo, ingratidão, negligência, traição, criticar os outros, magoar, colocar a culpa nos outros, julgar mal as pessoas, ser intolerante com alguém, chantagear, humilhar, competir de forma desleal, não assumir responsabilidades, desconfiar sem motivos, desobedecer ou transgredir: leis, normas, regulamentos, princípios morais, éticos, religiosos, dar falso testemunho, agredir psicológica ou fisicamente, ou ainda comportamentos como: comer demais, gastar sem necessidade, roubar, mentir, maltratar animais, matar, etc.

   Por trás de nossa tristeza, frustração, insatisfação, tédio, angústia, está à culpa como verme que corrói e mina a alegria de viver, destruindo a auto-estima.

   Quanto maior a expectativa ao nosso respeito; quanto maior nossa exigência e perfeccionismo em relação às nossas condutas; quanto mais incoerência houver entre nossos sentimentos e ações, maior nosso sentimento de culpa.

   Devemos assumir a responsabilidade pelos nossos atos e procurarmos corrigir as nossas falhas. Somos seres humanos imperfeitos. A culpa não assumida é uma atitude inconseqüente, coloca o culpado no lugar de vítima, isentando-o transitoriamente da responsabilidade do seu ato, mas o persegue eternamente.

    A culpa é a maneira de nos vingarmos ou punirmos a nós mesmos, às vezes, de forma perversa, provocando acidentes, envolvendo-nos em conflitos, impondo-nos sacrifícios, levando-nos à perda de liberdade. A culpa pode provocar sintomas e doenças, por exemplo, Depressão, Anorexia Nervosa (distúrbio da alimentação), Bulimia (auto-indução de vômitos como forma de emagrecimento), problemas de pele, depressão, insônia, solidão, alcoolismo, droga-adição, alguns tipos de Câncer e, até o suicídio. Com a culpa vem o remorso. Sentir remorso faz parte de nosso aprendizado.

    O remorso é um aviso que algo está para ser corrigido. A conscientização da culpa deve levar a pessoa a uma reavaliação de conduta e não a uma vida amargurada e doentia. Viver alimentando o diálogo contínuo de autopunição, não é saudável, é o recurso para concretizar o jogo preferido dos neuróticos.

    A culpa excessiva pode ser, também, uma defesa para não se assumir a responsabilidade pela própria vida, é a fuga pelo medo de mudança, crescimento e aperfeiçoamento pessoal.

    Somos seres imperfeitos, limitados e susceptíveis de cometermos falhas, mas, também, dotados do livre-arbítrio para sermos melhores.

                            Profa. Dra. Edna Paciência Vietta

                  Psicóloga Cognitivo-comportamental Ribeirão Preto

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