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Freud e a interpretação dos Sonhos

Freud e a interpretação dos Sonhos

                                                           

                                           

                                                      Freud e a interpretação dos Sonhos

 

De acordo com alguns estudos realizados pela Ciência, o ser humano sonha ao menos duas horas por noite. Assim, se 1/3 da vida passamos dormindo, aproximadamente 25% desses momentos são preenchidos pelas experiências oníricas.

Biologicamente, afirma-se hoje que o sonho é tão vital para a existência quanto respirar e dormir.

Os sonhos sempre exerceram fascínio na humanidade desde a antiguidade, inclusive entre os egípcios e, particularmente, entre os judeus do Antigo Testamento. Em Gênesis, o patriarca José mostra a importância da decifração dos sonhos, no contexto bíblico. “As sete vacas gordas seguidas pelas sete vacas magras que devoraram as gordas — tudo isso era o substituto simbólico para uma profecia de sete anos de fome nas terras do Egito, que deveriam consumir tudo o que fosse produzido nos sete anos de abundância”

Em várias culturas os sonhos eram vistos como forma de comunicar-se com o sobrenatural e, uma maneira de prever o futuro.

Num papiro egípcio datado de 2000 AC já se discutiam sonhos e suas interpretações. Era crença na Grécia Antiga de que o sonhador estava em contato com os deuses.

No capítulo I, da obra “A Interpretação dos Sonhos”, Freud afirma que na visão pré-científica dos sonhos adotada pelos povos da Antigüidade certamente em completa harmonia com sua visão do universo em geral, se aceitava como axiomático que os sonhos estavam relacionados com o mundo dos seres sobrenaturais e suas crenças, e constituíam revelações de deuses e demônios. Não havia dúvida que, para aquele que sonhava, os sonhos tinham uma finalidade importante, que, via de regra, era predizer o futuro.

Com a publicação de Die Treumdeutung (A Interpretação dos Sonhos) em 1900, Freud afasta, de vez, essa temática, das crenças religiosas do período anterior à Modernidade, as quais vinculavam o sonho a uma experiência premonitória e supersticiosa. Ainda que não tenha satisfeito plenamente a Freud, no que concerne a sua forma e seu estilo, elaborada que foi nos primórdios da Psicanálise, na verdade esta obra situa-se como o “opus magnum” de seu gênio criador, tendo já conquistado um lugar definitivo entre os clássicos da literatura científica de todos os tempos Freud viveu num período em que imperou o positivismo, uma corrente de pensamento ou escola que afirma que o único conhecimento autêntico é o conhecimento científico e que, portanto, só pode surgir com afirmação de teorias e através do método científico. Sua experiência empírica sobre a hipótese da equivalência entre a maneira como são formados os sintomas e os sonhos e ainda que a chave para a decifração de uma neurose é a interpretação dos sonhos, baseada apenas em suas observações clínica não bastava para convencer a comunidade científica da época. Toda e qualquer atividade filosófica e científica deveria efetuar-se unicamente pela análise de fatos reais, concretos, palpáveis, mensuráveis, verificáveis pela experiência. Portanto, esta obra, marca, não apenas a passagem de um modelo que investiga as manifestações psicopatológicas, mas, também, o construto capaz de dar conta da estrutura do psiquismo em geral. Nesta obra Freud construiu o pilar da teoria psicanalítica, passando a constituir o ponto de apoio para todo o desenvolvimento posterior da sua teoria.

Assim Sigmund Freud deu um caráter científico ao assunto. Freud “afirmou que os sonhos realmente têm sentido, e que é possível ter-se um método científico para interpretá-los”. A partir desta obra Freud passou a ser mais respeitado por seus contemporâneos. Segundo Freud (1915), sonhos são fenômenos psíquicos onde realizamos desejos inconscientes.

A elaboração de um sonho, segundo Freud (1915), ocorre porque “existe algo que não quer conferir paz à nossa mente.

Um sonho, pois, é a forma como a mente reage aos estímulos que a atingem no estado de sono”. Alguns dos estímulos dos quais, podem ser restos diurnos, sensações fisiológicas, pensamentos ocultos, inconscientes, formados por desejos antigos, recalcados pela censura do Superego.

Freud conclui que função do sonho é a de realização disfarçada dos desejos recalcados. Tamanho é o disfarce nos sonhos que a realização dos desejos nos aparece às vezes sob a forma de pesadelos. Tais distorções devem-se ao trabalho da censura interna que funciona mesmo durante o sono.

                                                       Profa. Dra. Edna Paciência Vietta

                                               Psicóloga Cognitivo-comportamental Ribeirão Preto

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