A Ciência se equivoca quando separa corpo/mente
A Ciência se equivoca quando separa corpo/mente Estudos americanos revelam que mais de 70% das pessoas que procuram o clínico geral com queixas físicas e emocionais são pacientes funcionais, geralmente, vítimas de estresse. Como os resultados de seus exames costumam não acusar sinais de patologias, acabam sendo dispensados, pelos médicos, por não serem portadores de nenhuma doença típica. Na maioria dos casos, esses clientes continuam sofrendo e muitos acabam entrando em desespero na busca incessante de encontrar uma possível explicação para seu mal-estar ou queixas de ordem física e/ou emocional. A ausência de confirmação diagnóstica os deixa frustrados, inseguros e envergonhados. É como se fingissem o que realmente sentem. Esta situação é causa freqüente de baixa-estima, desânimo e depressão, sintomas estes que acabam agravando as condições de saúde futura destas pessoas.
A Ciência se equivoca quando separa corpo e mente, numa relação cartesiana, complicando, postergando e até mesmo, confundindo diagnósticos, atrasando condutas e prejudicando prognósticos na área médico-psicológico, podendo levar a erros ou falhas na conduta terapêutica. A grande maioria destes clientes, quando atendidos clinicamente recebe medicações para alívio de seus sintomas físicos ou emocionais, de forma paliativa, sem, no entanto, compreenderem as verdadeiras causas de seu sofrimento psíquico. Em outras palavras, nem sempre são encaminhados a profissionais da área específica, psicólogos, psiquiatras ou psicanalistas, perdendo a oportunidade de apreenderem as causas simbólicas de seus sintomas e de lidarem com os fatores emocionais que interferem no desencadeamento de sua enfermidade física e vice-versa.
O simbolismo do sofrimento mental é o processo mais importante na eleição do órgão a ser atingido pelas doenças psicossomáticas. Todos nós simbolizamos nossas sensações. Toda vez que uma pessoa não consegue suportar, no plano psíquico, uma situação vivencial, por exemplo: perda de um ente querido, desemprego, perda financeira, divorcio, doença grave na família, humilhação, sentimentos de culpa, entre outras, acaba provocando, produzindo ou agravando sintomas e doenças que se manifestam no corpo. Em outras palavras, quando o indivíduo não consegue expressar de modo verbal seu sofrimento psíquico, por não ter consciência dele, não admiti-lo ou, ainda, pelo medo de enfrentá-lo, adquire sintomas físicos (somatiza), ou seja, transfere para o corpo sentimentos que deveriam ser vivenciados no plano psíquico. Essas pessoas tornam-se freqüentadoras assíduas de consultórios médicos. Reclamações como: “fui a vários médicos, já me submeti a todos os exames e todos os resultados foram negativos”, “não entendo o que está acontecendo comigo, pois continuo me sentindo doente”, são exemplos algumas dessas manifestações. Na verdade, estes clientes estão em grande sofrimento psíquico por sentirem-se geralmente deprimidos, ansiosos, estressados, compulsivos, fóbicos, em pânico, etc. O que as pessoas ignoram é que o não dito ou não expresso pela fala, pode inscrever-se ou manifestar-se no próprio corpo: obstruindo veias, descamando a pele (Psoríase, por exemplo), enfraquecendo órgãos, liberando substâncias químicas prejudiciais ao organismo (adrenalina, cortisol, etc.), produzindo tumores, interferindo nos batimentos cardíacos etc. Muitas vezes, uma doença alivia culpas, satisfaz carências afetivas, garante atenção e cuidados especiais. Por mais incrível que possa parecer ao leigo, o sujeito nessas situações passa ter “prazer” no sofrimento, no sintoma, no desconforto, na dor, quando obtém, consciente ou inconscientemente, “ganhos secundários” com sua doença. São desse tipo, doenças como: asma, úlcera, certas alergias, certas dermatites, transtornos digestivos, transtornos alimentares, alguns tipos de obesidade, incluindo-se ainda, problemas de coluna, fibromialgias, impotência e outros problemas relacionados à sexualidade, etc. Um recurso, capaz de atenuar as queixas e melhorar as condições físicas e emocionais é a capacidade da pessoa criar possibilidades de expressar melhor e adequadamente seus sentimentos, melhorar o autoconhecimento, aumentar a auto-estima, aprender a lidar melhor com as emoções, enfrentar com maturidade os conflitos. Na maioria das vezes é aconselhável o acompanhamento de um psicoterapeuta.
Profa. Dra. Edna Paciência Vietta
Psicóloga Cognitivo-comportamental Ribeirão Preto
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