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Compulsão alimentar periódica (TCAP)

Compulsão alimentar periódica (TCAP)

                                                    Compulsão alimentar periódica (TCAP)

                                                           

Compulsões ou comportamentos compulsivos são hábitos aprendidos, que surgem por carência, frustração ou pela necessidade imperativa de gratificação emocional (alegria, satisfação, prazer, etc.) São hábitos que com o tempo tornam-se automáticos, ou seja, a gratificação que segue ao ato compulsivo, seja ela de prazer ou alívio de tensões e ansiedade, reforça a pessoa a repeti-lo. O comportamento compulsivo se caracteriza por uma pressão interna que, em determinadas situações, faz com que a pessoa se sinta impelida, tomada por desejo muito forte, a realizar uma ação que gera prazer momentâneo seguido por sentimento de culpa, arrependimento e mal-estar.

Na realidade a pessoa que sofre de compulsão alimentar periódica não come por estar com fome, mas por puro impulso. Este ataque de comer exageradamente é conhecido pelo termo “Binge eating”. A característica deste episódio é a vontade de comer algo - comer muito rápido, exageradamente se necessário escondido até acabar a comida - se empanturrar - arrepender - sentir raiva de si mesmo - se deprimir...

No caso da compulsão alimentar periódica a pessoa não tem controle, come vorazmente, sente-se arrependida, mas não se utiliza de recursos como vomitar (depois de comer muito), usar laxantes ou praticar exercícios físicos para perder calorias.

Trata-se de um comportamento incontrolável que leva os pacientes a ingerir quantidades exageradas de alimentos em um curto espaço de tempo. No entanto, para ser diagnosticada como uma síndrome o ataques de comer (Binge eating) deve ocorrer com uma freqüência mínima de duas vezes por semana.

As pessoas com este transtorno apresentam freqüentes crises, durante as quais sentem que não podem parar de comer. Comem depressa e às escondidas, ou não deixam de comer o dia todo. Apesar desses pacientes se sentirem culpados e envergonhados por sua falta de controle, eles não apresentam atitudes compensatórias e compulsivas (vômito, laxantes...) típicas dos pacientes com Bulimia. Normalmente eles têm um histórico completo de fracassos em diversas dietas e regimes para emagrecimento. Normalmente são pessoas depressivas e obesas.

O “Binge eating” é muito semelhante a outros transtornos alimentares como a Bulimia, sendo, muitas vezes, confundido com esta, por leigos e pelo senso comum. Porém a grande diferença entre ambas é o fato que na bulimia os pacientes têm necessidade de vomitar depois de ter comido bastante. A conseqüência disso é a facilidade e a rapidez de ganhar peso, e conseqüentemente, todos os problemas associados à obesidade.

Durante os ataques de “Binge eating”, o compulsivo chega a ingerir até dez mil calorias em uma única refeição, tem preferência por guloseimas e se não tiver, come quaisquer coisas: uma lata de leite condensado, feijão gelado com queijo, lasanha gelada e tudo que estiver ao seu alcance.

O assalto à geladeira durante a noite, também é característica da compulsão alimentar, um problema que atinge até 4% da população geral e 6% dos obesos – podendo alcançar metade dos indivíduos mórbidos, segundo dados da Associação Americana de Psiquiatria.

Não se sabe ainda se esta é uma nova doença alimentar ou apenas um sintoma que pode estar associado a algum outro transtorno alimentar ou a outras patologias emocionais, como depressão atípica, ansiedade, transtorno do controle dos impulsos ou algum dos transtornos do espectro impulsivo-compulsivo.

De qualquer forma o fenômeno merece toda consideração, já que aparece em aproximadamente 2% da população geral e, particularmente, em cerca de 30% dos obesos que procuram tratamento médico.

O estresse é um fator que pode levar ao aumento das compulsões alimentares. Durante situações estressantes, o cortisol é liberado estimulando a ingestão de alimentos e o aumento do peso (Gluck, 2001).

Como na maioria dos casos, a compulsão alimentar está associada à condição psicológica, os tratamentos indicados são acompanhamento psicológico, aconselhamento dietético e, se necessário, psiquiátrico e medicamentoso, voltados para o controle da ansiedade. Alguns antidepressivos têm sido utilizados no tratamento da compulsão alimentar como inibidores seletivos da recaptação da Serotonina. Todavia, o tratamento não pode ser resumido à medicação, já que, pensar o tratamento nesses casos é um movimento multidisciplinar, onde os esforços se unem no sentido de melhorar a relação que o indivíduo tem com o alimento e as formas que encontra de lidar com as frustrações e ansiedades.

                                                      Profa Dra. Edna Paciência Vietta

                                  Psicóloga Cognitivo-comportamental Ribeirão Preto