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Covid19: somos todos vulneráveis

Covid19: somos todos vulneráveis

 Covid-19: somos todos vulneráveis

                                 

O anúncio dado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) de que estávamos diante de uma pandemia do novo Coronavírus gerou diversas mudanças no funcionamento da sociedade: pessoas em quarentena, cidadãos preocupados por não poderem sair de casa, funcionários trabalhando em Home Office, escolas, universidades e comércios fechados. De repente, crianças e jovens foram arrancados de sua rotina e trancafiados em casa sob a ameaça de um inimigo invisível.

Não há dúvidas. Independentemente da idade, o confinamento vai impactar de alguma forma a vida das crianças. As mudanças ocorridas foram drásticas: muitos deixaram de conviver com seus familiares por serem do grupo de risco. Muitas crianças e adolescentes se privaram do contato social com seus pares e perderam aulas presenciais. Ninguém imaginava o cenário atual, tudo é muito novo para todos nós, o que resulta em angústia, insegurança, sofrimento e muitas dúvidas. Estamos a nos perguntar: até quando irá essa pandemia? Essa é uma situação que foge ao nosso controle e não nos possibilita visualizar um direcionamento claro, gerando muitos questionamentos, por exemplo, como vamos ficar depois que passar todo esse tumulto. Isso, afeta nosso equilíbrio emocional.

Estamos todos vulneráveis. É preciso estarmos alerta para as possíveis consequências físicas, psicológicas e sociais. É sabido que, frente a uma pandemia e/ou isolamento social, sentimentos de impotência e desesperança, ansiedade, humor deprimido e estresse podem ser frequentes. O que dizer então das restrições impostas nessas ocasiões? A quarentena imposta com restrição de atividades cujo objetivo é reduzir a circulação de pessoas, de forma mais branda e o Lockdown? com o fechamento de todos os setores, menos os essenciais e/ou confinamento, pelo bloqueio total das entradas de determinada região, podendo ser adotada em âmbito municipal, estadual ou nacional.

Deixando de lado a política, sem, no entanto, negar que a COVID 19 foi extremamente politizada, o que se vê é insatisfação existencial , ansiedade, estresse e depressão crescente e a falta de perspectiva futura, medo da instabilidade econômica financeira, perda de emprego, inflação, diminuição de poder aquisitivo. O mundo virou de cabeça para baixo e viu  uma pandemia precipitar-se como uma avalanche sobre todos os países levando a uma mudança radical de hábitos e comportamentos sociais, como nunca antes, com destaque para o confinamento e paralisação de atividades econômicas. O mundo virou de pernas pro ar,  Até agora não foi encontrada cura, ou vacinas de eficácia desejada para conter a disseminação desse vírus. Não se sabe ainda ao certo se é possível adquirir imunidade de rebanho, nem exatamente quais as consequências da COVID-19 para o organismo humano. A ansiedade se alimenta da dúvida e da incerteza.

Diversos estudos apontam que os níveis de estresse e a presença de humor deprimido, afetam a resposta do sistema imunológico visto que podem impactar na produção de anticorpos. Diante de tal contexto, para além da saúde física, é importante dar-se uma atenção especial para a saúde mental, que consequentemente pode afetar também o nosso sistema imunológico.

A Psiconeuroimunologia é o campo científico que dedica-se a estudar as ligações entre o cérebro, o comportamento e o sistema imunológico. A hipótese base deste modelo é que estressores psicossociais diminuem a eficiência do sistema imunológico, aumentando significativamente, portanto, a capacidade da pessoa adquirir sintomas médicos (risco de uma doença). Dessa maneira, diante de uma ameaça biológica, a imunocompetência (capacidade do sistema imunológico proteger o corpo), estará relacionada com fatores psicossociais entre eles: nossos estados emocionais e o tipo e a intensidade de estresse que estamos enfrentando. Se faz necessário, portanto, encontrarmos formas de enfrentamento para essa epidemia, cuidando da saúde física e mental.

Quando estamos ansiosos e preocupados, perdemos a noção do que nos costumava dar prazer. É importante atentamos para esse fato e procurarmos planejar realizar algumas atividades diárias que possam nos trazer alegria, prazer, de forma a ficarmos menos desconfortáveis. Por exemplo, ler um bom livro, assistir a uma comédia na TV, dançar, tocar um instrumento ou cantar as tuas músicas favoritas, tomar um banho relaxante ou comer a tua comida favorita aprender alguma coisa nova, brincar com crianças, animais, pesquisar por um assunto que você está interessado, arrumar seu guarda roupa ou gavetas, entrar em contato com alguém, amigos, parentes que você goste, etc. Desequilíbrio de prazer, realização e proximidade humana pode afetar nosso bem-estar e humor. Assim, se você passa a maior parte do teu tempo trabalhando, sem tempo para momentos de prazer ou socialização, poderás começar a sentir-se desmotivado e isolado. Igualmente se você passar a maior parte do teu tempo relaxando e deixar de fazer outras atividades importantes para você, isso também poderá afetar o seu humor.

Somos animais sociais, por isso necessitamos e naturalmente desejamos proximidade e conexão social. Com a atual crise que nos encontramos, muitos de nós estaremos fisicamente isolados ou distantes de outros, por isso é importante considerarmos formas responsáveis e criativas de nos conectarmos, para que não nos tornemos socialmente isolados e solitários. Podemos nos continuar a conectarmos com nossos amigos e parentes ainda que de forma virtual, usando redes e plataformas sociais, telefonemas e chamadas de vídeo, criar atividades online compartilhadas, por exemplo, um clube de leitura, um concurso de charadas, até mesmo um bate papo entre várias pessoas ou estar ligado com a vizinhança e ver formas de te envolveres em ajuda comunitária local. Caso faça algum tipo de terapia, tente manter as consultas com o seu terapeuta por meio da internet. Busque apoio emocional nos animais de estimação, tomando os devidos cuidados com a higiene. Tente manter um ritmo regular do sono, evitando dormir em excesso pela manhã ou tirar cochilos em diferentes momentos do dia. Alimente-se bem e evite o uso de álcool ou drogas como forma de lidar com o estresse. Busque recursos para enfrentar e controlar o estresse, como exercícios de respiração profunda, imagens positivas, relaxamento muscular etc.

Dra Edna Paciência Vietta

Psicóloga Cognitivo-comportamental e Terapia do Esquema Ribeirão Preto.